– O conceito de “alma” como sendo a ‘parte imaterial, espiritual ou consciente de um ser vivo e sobrevive a morte’ é milenar. Conforme os achados e documentários arqueológicos, este conceito remonta as eras primitivas. Tal conceito, estruturou, na trajetória do tempo, culturas, religiões, crenças e tradições.
Os Egípcios fizeram pirâmides, onde enterravam os Faraós com seus pertences, crendo que em algum momento a alma voltaria. As crenças egípcias influenciaram as civilizações antigas, que criaram rituais e Cerimônias religiosas, baseados na crença da existência da alma. Até hoje, a filosofias, culturas e religiões tem feito da alma objeto de doutrinas, dogmas, ensinos e crenças. Perguntamos:
- A alma existe?
- Se existe qual é a sua estrutura?
- Como ela surgiu, no universo ou na terra?
- Qual a função da alma?
- Se foi criada por Deus, para que foi criada?
- Qual o papel da alma no universo?
A ideia de uma alma imortal não é verificável empiricamente no contexto científico. Por outro lado, a ciência geralmente se concentra em explicações baseadas em processos biológicos e neurocientíficos para compreender a mente e a consciência. A existência da alma é uma questão que envolve crenças religiosas, filosóficas e pessoais, e a resposta pode depender das perspectivas individuais e das tradições culturais.
A questão inicial é: O que é a alma? Este tema, alcança duas classes de pessoas:
a) Os que acreditam na sua existência;
b) Os que não acreditam.
Nestes dois grupos se encontram: cientistas, filósofos, teólogos, pesquisadores, etc. Ambos os lados criaram documentos e provas para defenderem suas teses. Pergunto:
A alma surgiu por si própria, por um processo de “autocriação,” ou foi criada por Deus? A resposta é quase unânime: “Ela foi criada por Deus.” Neste ponto, a ciência sai de cena, por este conceito fugir do seu campo de estudos, de sua esfera de pesquisas. O tema, então, cai nas mãos de filósofos, teólogos e religiosos. O que dizem os filósofos sobre a alma? A questão da alma é uma área significativa na filosofia e tem sido explorada por filósofos ao longo da história. Diferentes tradições filosóficas oferecem perspectivas variadas sobre a natureza da alma. Aqui estão algumas das principais abordagens filosóficas:
1. Platonismo: O filósofo grego antigo Platão propôs a ideia de que a alma é imortal e pré- existe antes de habitar um corpo. Ele acreditava que o conhecimento é inato na alma, que o corpo é apenas uma prisão temporária para a alma.
2. Aristotelismo: Aristóteles, também um filósofo grego, via a alma como a forma vital de um organismo vivo. Ele concebia a alma como inseparável do corpo e acreditava que diferentes tipos de almas existiam para diferentes tipos de seres vivos.
3. Dualismo Cartesiano: René Descartes, um filósofo do século XVII, propôs uma forma de dualismo mente-corpo. Ele argumentava que a mente (ou alma) e o corpo são substâncias distintas, com a mente sendo não material e não sujeita às leis físicas.
4. Existencialismo: Existencialistas, como Jean-Paul Sartre, muitas vezes evitam especulações metafísicas sobre a alma. Em vez disso, eles se concentram na existência individual e na liberdade, rejeitando frequentemente a ideia de uma essência fixa, como a alma.
5. Materialismo: Alguns filósofos adotam uma perspectiva materialista, argumentando que a mente (e, por extensão, a alma) é uma manifestação do funcionamento do cérebro e não tem existência separada. O materialismo muitas vezes se alinha com a abordagem científica para entender a consciência.
6. Fenomenologia: Filósofos fenomenologistas, como Edmund Husserl e Martin Heidegger, se interessam pela experiência consciente, mas podem ter diferentes abordagens para entender a relação entre a mente e o corpo.
A filosofia continua a explorar questões relacionadas à mente, consciência e identidade, contribuindo para o debate sobre a natureza da alma. É necessário esclarecer, que aquilo que os filósofos acreditavam e ensinavam, nem sempre representa a realidade, ou são provas para instituir a verdade. E o que dizem os religiosos sobre a alma? As crenças sobre a alma variam significativamente entre diferentes religiões. Abaixo estão algumas perspectivas de algumas das principais tradições religiosas:
1. Cristianismo: No cristianismo, a alma é frequentemente considerada como a parte imortal e espiritual de uma pessoa. A crença comum é que a alma é criada por Deus e habita o corpo durante a vida terrena. Após a morte, a alma é julgada e vai para o céu, inferno ou, em algumas tradições, pode passar por um período de purificação no purgatório.
2. Islamismo: No islamismo, a alma (chamada “ruh” em árabe) é vista como um sopro de Deus que é colocado nos seres humanos. Após a morte, as almas passam por um período de espera até o Dia do Juízo, quando serão recompensadas ou punidas com base em suas ações. 3. Judaísmo: As crenças sobre a alma no judaísmo variam entre diferentes correntes, mas muitos judeus acreditam em uma alma imortal que é parte de Deus e é devolvida a Ele após a morte. Alguns ramos do judaísmo têm visões mais figurativas sobre a vida após a morte.
4. Hinduísmo: O hinduísmo possui uma compreensão complexa da alma, conhecida como “atman”. Acredita-se que o atman seja imortal e passe por um ciclo de reencarnação (samsara). O objetivo é alcançar a liberação (moksha), onde a alma se une com o divino (Brahma).
5. Budismo: No budismo, não há uma concepção permanente de uma alma individual. Em vez disso, a tradição budista ensina a impermanência e a ausência de um eu permanente. O objetivo é alcançar a iluminação (nirvana), que envolve a libertação do ciclo de renascimento.
6. Siquismo: No sikhismo, a alma é vista como uma parte do divino e está sujeita ao ciclo de nascimento, morte e renascimento. O objetivo é alcançar a união com Deus, rompendo o ciclo de nascimentos e mortes.
Embora haja algumas divergências entre filósofos e religiosos sobre a questão “alma”, existem, ainda, duas correntes que trazem uma luz sobre este ponto:
- Kardecismo: Evitar-se-ia igualmente a confusão, mesmo usando-se do termo alma nos três casos, desde que se lhe acrescentasse um qualificativo especificando o ponto de vista em que se está colocado, ou a aplicação que se faz da palavra. Esta teria, então, um caráter genérico, designando, ao mesmo tempo, o princípio da vida material, o da inteligência e o do senso moral, que se distinguiriam mediante um atributo, como os gases, por exemplo, que se distinguem aditando-se ao termo genérico as palavras hidrogênio, oxigênio, ou azoto. Poder-se-ia, assim, dizer, e talvez fosse o melhor, a alma vital — indicando o princípio da vida material; a alma intelectual — o princípio da inteligência, e a alma espírita — o da nossa individualidade após a morte. Como se vê, tudo isto não passa de uma questão de palavras, mas questão muito importante quando se trata de nos fazermos entendidos. De conformidade com essa maneira de falar, a alma vital seria comum a todos os seres orgânicos: plantas, animais e homens; a alma intelectual pertenceria aos animais e aos homens; e a alma espírita somente ao homem.
- Escrituras Sagradas: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida e o homem foi feito ‘alma’ vivente.” (Gênesis 2:7) Essa lógica apresenta:
a) O corpo é formado do “pó da terra”, isto é, de todos os nutrientes minerais existentes no planeta.
b) Deus concedeu o “sopro de vida.“ Também compreendido como: ‘energia vital’, ‘centelha de vida,’ ‘fôlego de vida’ ou ‘espírito de vida.’ (em grego, ‘espírito’ significa: sopro)
c) A união desses dois elementos, formou o homem, chamado de “alma vivente.” Ele é uma ‘alma vivente.’ Não tem uma alma dentro dele. A união destes dois ingredientes, forma ‘um ser humano’. O qual, após a morte, se depara com o ‘sono da morte’ em total inconsciência, onde fica aguardando o dia de se levantar do pó da terra. Este dia é marcado pela 2ª vinda de Jesus à terra, onde ele libertará a muitos da prisão da morte, (João 5:28 e 29) Quando iniciará o julgamento de todos, vivos e mortos, em que cada um receberá a recompensa de suas obras.
d) A 2ª vinda de Cristo, trará a vida eterna a todos os mortais, que seguiram o seu Evangelho e a Palavra de Deus. A justiça de Deus será estabelecida no planeta. O Bem reinará imponentemente. Os merecedores, receberão de Deus o galardão de suas obras.
e) Se esta for a verdadeira verdade, então, não existe lugar para a alma, muito menos para a reencarnação, progressão de espiritos etc.
A alma, inventada pelas antigas civilizações, e adotada neste período moderno, não passa de um desvio de foco das verdades apresentadas na Palavra de Deus.