Eram 10:00 hs. da manhã, o sol ardia na pele, caminhávamos numa rua comercial da cidade. Quando o meu companheiro de trabalho missinário, me tocou apontando para frente:
_ Olha para ali! Olha para ali! Apontando para frente.
Ao longe dava pra ver um bêbado caído ao chão. Só que ele não estava em cima da calçada, mas na rua, no meio fio da calçada. Os carros passavam muito perto dele. Corria o risco de algum motorista desatento, passar por cima daquela pobre pessoa. Tomamos uma resolução de tirar ele da rua, e coloca-lo na calçada. Aceleramos os passos, e nos aproximamos daquele homem, bêbado, caído no chão. Ao chegarmos perto, vislumbrando um quadro horrível. Aquele homem, havia vomitado mais de uma vez. Havia feito xixi, o mau cheiro tomava conta do ambiente. A coisa estava num grau elevado, que convenceria qualquer pessoa a desistir dos objetivos. Olhamos um para o outro, e perguntei:
_ E agora? Que vamos fazer? Tá difícil de suportar este mau cheiro!
Meu parceiro advertiu:
_ Se deixarmos este homem aqui, se um motorista atropelar ele, isto vai manchar nossa reputação de crente, e levaremos esta culpa pro resto da vida.
Isto me convenceu. Tomamos a decisão de tirar aquele homem da sarjeta, eu peguei nos braços, meu parceiro nas pernas, no terceito tempo, levantamos ele do chão e colocamos-o em cima da calçada. Ao mexermos com aquele fedido, ele abriu os olhos vermelhos, tomado ela cachaça, e balbuciou algumas palavras:
- Me leve pra casa! Me leve pra casa! E o mau cheiro aumentou mais ainda.
Agora a situação começou a piorar. Nós não sabíamos onde aquela pobre alma morava. De repente, de uma loja de frente, saíram dois vendedores, não aguentando a catinga de cachaça, disseram ao longe:
- Moço! Moço! Este bêbado mora nsta rua aqui a direita, numa casa de paredes azul claro e as portas e janelas de cor marrom. Pode levar ele.!
A situação passou a piorar mais ainda. Agora, caímos numa enrascada: se deixássemos aquele homem no chão, na certeza, aquela loja e muitas outras, iriam falar mal dos crentes. Iríamos manchar a reputação da nossa fé, passaríamos a ser mal visto por todos. Não tivemos outra alternativa, nos abaixamos, colocamos os braços daquele fedido ao redor de nosso pescoço, e levantamos aquele bêbado, sujo e mal cheiroso. Cada passo que dávamos, a ânsia de vomitar aumentava mais ainda. Nos seguramos, para não sujar nossas roupas. Ao dobrarmos a esquina da rua, ao longe vimos a tal casa com a frente pintada de azul claro, e a porta e janelas pintada de marrom, como descreveu os jovens da loja de roupa. Com um certo sacrifício, capengávamos em passos lentos em direção a tal casa. demorou pra chegar, mas quando chegamos, tivemos outra surpresa. Meu colega bateu na porta com muita veemência. Demorou alguns segundos, quando de repente, a porta se abriu, surgindo uma jovem senhora, bonita, com o rosto castigado pelos sofrimentos, ao ver nós em pé, na porta, com aquele bêbado abraçado em nós.
- De novo não! De novo não! Até quando meu Deus, vou ter que suportar esta situação! Este homem não se controla mais! Moços, por favor, leve ele neste corredor, no final tem um banheiro. Tire a roupa dele, abra o chuveiro e deixe ele lá!
A situação piorou mais ainda. Levar o homem no banheiro, e tirar a roupa dele? Istou surgiu cmo uma bomba. Olhei para o meu parceiro desesperado! E agora que vamos fazer? Eu nunca tinha tirado roupa de homem nenhum. Nunca tinha caído numa situação dessa. Porém, a circunstância não oferecia outra alternativa. Imediatamente, levamos o homem ao tal banheiro. O pior foi tirar a roupa daquele bêbado fedido, com muito sacrifício, tiramos a roupa dele, abrimos o chuveiro, e deixamos ele debaixo daquela ducha forte.
Quando fazíamos menção de sair da casa, com a vontade de vomitar, a esposa dele perguntou:
- Vocês aceitam uma limonada geladinha?
Aquela palavra: ‘limonada’, caiu como um bálsamo. Ao sentarmos no sofá, ela foi na cozinha e bateu a bendita limonada. Enquanto ela aprontava o suco, passou a nos contar o seguinte:
Olhe, este meu marido, não é um homem mal. Ele pertence a uma família de classe média-alta desta cidade. Seus irmãos e parentes próximos, fizeram de tudo, para ele largar o alcolismo. Mas, não adiantou nada. Todos os esforços não valeu nada. Jorge, meu marido, já não se dominava. A cachaça tomou conta dele. Ele perdeu a força de lutar contra o vício. Quando os familiares e amigos, concluíram que não adiantava, largaram de mão. O irmão mais veho dele, é dono de algumas casas de material de construção. O outro é dono de mercados e mercearias, desta cidade. O outro, é dono de várias farmácias. Jorge, meu marido, é um bom eletricista, renomado. Faz alguns bicos, mas, todo o dinheiro que recebe, não traz pra casa, gasta tudo impusivamente com cachaça. Os irmãos dele, na surdina, me dão um pouc de dinheiro, para que os nossos três filhos, não morra de fome. Já não sei o que fazer para ele sair do alcolismo. Minha paciência, está se esgotando. Já não larguei este homem, por causa da família dele, teme o pior para as crianças e pra ele.
Enquanto ela, narrava aquela cena, de repente, apareceu o tal Jorge, pelado, todo mohado, bêbado, olhos vermelhos, sentou-se no chão da sala. Um quadro horrível de se ver! Ele se ajoelhou em posição de oração, e falou:
- Me ajudem, por favor! Me ajudem, pelo amor de Deus! Eu não quero continuar nesta vida, mas, não tenhor forças para sair desse abismo!
Aquele quadro, aquela petição, aquele desespero, comoveu o nosso coração. Me emocionei! Meu colega chorou de emoção! Então, num movimento decidido, meu colega, colocou o dedo na cara daquele homem, sem medo, falou:
- Olhe, já que você está pedindo ajuda, nós vamos te ajudar. Mas tem uma condição: Todos os domingos de manhã, neste horário, estaremos aqui. Porém, se sentirmos cheiro de cachaça, nunca mais voltaremos aqui. Certo?
- Certo! Certo! Prometo que no dia que vocês vierem, eu estarei sóbrio. Prometo!
E assim foi. Durante os domingos, Jorge sempre estava sóbrio. A cada domingo, abordávamos o Evangelho de Cristo, para a vida dele. A cada estudo, ele correspondia com os apelos. Correu-se o tempo, até que, um certo domingo, ao chegarmos na casa de Jorge, sentimos um clima difernte. A esposa dele, com uma expressão de alegria, nos informou:
- Pessoal! Aquelas orações que vocês fazem, impondo as mãos sobre a cabeça dele, está dano resultado. Já faz mais de mês que ele não bebe. Hoje ele me falou que não vai mais beber. Estou vendo outro Jorge, depois das orações de vocês.
Aquela notícia, nos pegou de surpresa. A alegria foi tanta, que não sabíamos se dava o estudo, ou se comemorava o caso A mulher dele, trouxe, bolo, queijo, guaraná e suco. foi muita alegria liberada naquela casa. Continuamos os estudos a cada domingo. Dois meses depois, ao chegarmos na casa dele, o encontramos bem vestido, como quem ia para algum evento importante. Com um sorriso bem espontâneo, nos comunicou:
- Quero me batizar! Decidi, vou me batizar!
Mas outra surpresa! Tomamos um choque com aquela notícia. Não conseguimos segurar a emoçao. Choramos todos. Mais bolo, mais limonada, mais pizza, mais festa. Marcamos a data do batismo de Jorge. A notícia correu rápido, naquela pequena cidade. O pastor, só podia batizá-lo num domingo a noite. Chegou o dia tão esperado! A cidade em peso, foi para a igreja, para ver o batismo de Jorge. A igreja estava superlotada de pessoas. Os familiares lotava quase um lado da igreja. Curiosos e amigos, não acreditavam que houve uma mudança radical, na vida de Jorge. Muitos estavam ali, para confirmar se ele havia realmente convertido e mudado de vida. O batismo ocorreu! A maior surpresa, foi que ao Jorge entrar no tanque batismal, não viu, a sua esposa, que vinha logo atrás, para sua surpresa. Eles foram batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo! A emoção tomou conta da platéia. Todos bateram palmas emocionadas! Após, ele foi chamado a frente, e perguntado, de quem ele gostaria de receber o cartão de batismo. Imediatamente, ele apontou para mime e para o meu parceiro. – Daqueles dois instrutores bíblicos!
O pastor nos chamou. Caminhávamos por aquele corredor, apertado e calorento. Ao chegarmos diante do sr. Jorge. Os olhos, verdes, dele, estavam cheios de lágrimas. Ao fitarmos ele, então, ele nos falou:
- Muito obrigado! Muito obrigado, pelo que vocês fizeram por mim e pela minha família!
Ele chorava, a esposa em lágrimas também agradecia. Nós chorávamos, a família dele veio a frente, choravam emocionadamente. Um clima celestial tomou conta do ambiente. sentíamos que os anjos de Deus estavam presentes no ambiente. Naquela noite, o céu desceu a terra, ou foi a terra que subiu ao céu. Toda aquela comunidade chorava em voz alta. todos se abraçavam! Não queríamos que aquela cena acabasse. De repente, o irmão mais velho, tomou o microfone da mão do pastor, e começou a falar:
- Hoje, eu vejo aqui uma festa celestial. Estou diante de um homem que estava condenado ao alcolismo e à sarjeta, mas que foi resgatado por Cristo. Estou testemunhando o maior milagre da minha vida. Meu irmão, que estava perdido, renasceu das cinzas, do vício. Só Deus, que tem poder para fazer tal mudança na vida de uma pessoa. Agora, eu creio que Deus existe, e que continua fazendo milagres. Louvadoo seja Deus!
Talvez, você não acredite em Deus. Ou talvez, nunca tenha parado para ver o que Deus é capaz de fazer na vida das pessoas. Cada caso, é um caso, pra cada pessoa, Deus tem uma forma dferente de agir. É impossível, não crer em Deus. Não existe, na face da terra, ou em outro planeta qualquer, quem tem o poder de transformar uma vida. Um alcólatra, foi tranformado em um humilde diácono de igreja. Não existe palavras no dicionário que possa expressar a essência dessa transformação. Por isso, tal caso, pode ser tratado como um milagre operado por Deus, na vida de Jorge e de sua família.
Aquele evento, transformou a minha vida. Passei a ver Deus, por um ângulo diferente. Comecei a confiar nesse Deus invisível, poderoso, misericordioso, bondoso, que se preocupa com a salvação e a recuperação dos dilacerados pelo vício, pelas drogas, bebidas, baladas e vítimas do pecado. Deus ama a todos, sem acepção de pessoas. Quem experimenta a transformação operada por Deus, jamais O abandona. Há! Se todos pudessem experimentar essa transformação divina! O mundo, não seria o que é. Infelizmente, nem todos desejam experimentar essa transformação. É isso que o mundo precisa.
E você? Já experimentou essa transformação divina? Se sim, louvado seja Deus!
Se não experimentou ainda, agora é o tempo de você se entregar a Deus, para que Ele possa agir na sua vida e operar essa transformação. Aceite! Aceite o que Deus deseja fazer em sua vida!